A Economia da Cenoura: por que ainda entregamos nossa confiança tão barata?
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O Burro, a Cenoura e o Ego  

“Este texto não é sobre cenouras. 
É sobre energia oferecida sem medida e desejo consumido sem consciência.” 

Você já ouviu a metáfora do burro e da cenoura?

Eu também; Mas, ainda, que falem de trabalho, de chefes, promoções ou de férias prémios, o que esta estória realmente descreve é o velho “samskara” humano: 
o eterno ciclo da promessa que move, da carência que cega e do desejo que consome e da roda do sofrimento que gira.

A história é simples: 

O chefe é aquele que diz ao burro que, assim que alcançar a cenoura posta à sua frente, ganhará uma promoção. 
E o burro corre. 
Sempre corre. 
Quando, enfim, alcança a primeira, o chefe exige duas. 
Porque a fome humana, minha filha, é o tipo de fome que nunca descansa. 

Reza a lenda, que a moral da estória é que alguém sempre colocará uma cenoura na nossa frente. 
Mas, no Yoga da Mente, a moral é outra: 
A cenoura só funciona em quem ainda acredita que precisa dela. 

Dai, vem aquela pergunta: 
Por que diabos ainda deixamos nossas carências à mostra? 
Por que oferecemos confiança — essa energia raríssima — como se fosse artigo de prateleira? 
Por que expomos a essência sem segurança, sem reverência, sem o mínimo silêncio interior? 

Você busca um vilão;
Acha que é o chefe, o sistema e até o universo será culpado pelo seu insucesso. 
HAHAHA, não meu bem — o chefe apenas corre atrás da própria cenoura. 
E o empresário também. 
E você também. 
No topo da pirâmide, no meio ou na base, todos movidos pela mesma ilusão: 
a de que algo fora de si será suficiente. 

O verdadeiro conflito não é social. 
É energético. 

O entendimento

A confiança é o prana mais caro da vida. …  
E mesmo assim deixamos escapar um brilho — uma brecha — que entrega mais do que gostaríamos. 
Não porque somos ingênuos. 
Mas porque somos humanos: 
queremos ser vistos, queremos eco, queremos reciprocidade. 
Queremos que alguém segure a nossa cenoura enquanto seguramos a deles. 

Mas, sempre há quem confunda o gesto com fraqueza. 
Quem consuma o que deveria ser cuidado. 
E então apontamos para fora: 
o chefe, o sistema, a pirâmide. 

Até perceber que todos são o mesmo burro correndo. 
Todos famintos. 
Todos acreditando que a próxima promessa será diferente. 

Talvez o erro não esteja em confiar. 
Talvez esteja em esperar que o outro tenha maturidade energética para receber. 

E aí a pirâmide fica clara: 
Cada um correndo para não perder o pouco que acha que tem. 
Cada um agarrado ao próprio desejo, 
incapaz de reconhecer a oferta que recebeu. 

No fim, o vilão não é o chefe, nem o empresário, nem o sistema. 

O vilão? — se é que existe — é o desejo humano. 
O seu e o deles. 
O desejo que põe a cenoura, o desejo que corre, o desejo que acredita. 

É, por isso que desmiuçamos tudo:

Para ver que a pirâmide operária é apenas a versão externa da pirâmide interna. 
O operário vende o básico, o gerente vende o controle, o empresário vende a estabilidade — 
e todos compram esperança. 

Cada um correndo atrás de sua própria cenoura, 
cada um convencido de que ruirá se parar. 

O Yoga da Mente

No Yoga da Mente, chamamos isso de ignorância sagrada
A crença de que algo fora precisa ser mantido para que algo dentro não desmorone. 

Mas, a verdade é simples: 
nada ruirá quando você parar de correr. 
Só o desejo. 
E o silêncio depois dele é a sua verdadeira promoção. 

— Dan Dronacharya 

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