Retrospectiva 2021: O Frio do Corpo Revelou-me a Verdade da Alma
“Um ano de muito aprendizado… Não começou como eu queria, mas está a terminar melhor do que eu esperava, por isso e por tudo mais eu sou GRATIDÃO.”
O início do deserto emocional
O ano de 2021 começou como um verdadeiro deserto emocional: frio, pálido e inóspito. Eu me vi afastada de mim mesma, enfrentando uma crise severa de Raynaud e um vazio interior que parecia não ter fim. Não era escuridão, era deserto. Um lugar silencioso, árido e exigente, onde nada floresce sem que antes tudo doa.
Ainda assim, mesmo em meio a essa dificuldade, comecei a perceber pequenas verdades que antes ignorava. Consequentemente, compreendi que algumas presenças ao meu redor eram apenas ilusões — promessas vazias, vínculos desgastados e pessoas que não pertenciam mais ao meu caminho. Além disso, essa percepção foi essencial para entender onde eu precisava focar minha energia.
Sugestão de imagem: fotografia minimalista de deserto ou caminho árido, simbolizando solidão e introspecção.
O encontro com o Demónio
Foi nesse cenário que conversei com o Demónio Mor — ou demonia, sinceramente, não sei o sexo daquela criatura (risos). Esse ser simbólico e desagradável abriu meus olhos com a sinceridade que só o incômodo consegue oferecer. Ele mostrou-me que eu estava a priorizar outro mais do que a mim mesma, e que havia abandonado a minha própria inteligência interior.
Além disso, na dança metafórica que fiz com ele, percebi o quanto tinha me afastado do meu centro. Assim, comecei a entender que a dor, por mais cruel que fosse, também poderia servir de aprendizado. Portanto, aceitei que essa travessia era necessária.
Sugestão de imagem: ilustração simbólica de uma figura dançando com uma sombra ou criatura abstrata.
Aceitando a realidade
Aceitar que o Demónio tinha razão foi doloroso. Eu já não carregava a certeza de que me bastava. Acreditei que outro pudesse saber mais sobre mim do que eu mesma, o que foi um erro profundo.
No entanto, compreender essa falha foi o primeiro passo para a cura. Logo, o deserto emocional começou a revelar o que precisava ser visto e transformado. Ainda assim, cada pequena vitória naquele período fazia toda diferença.
Sugestão de link interno: link para outros textos do blog sobre autoconhecimento e yoga.
O corpo também fala
Assumi que meu corpo reage de forma intensa ao frio e ao stress emocional devido à síndrome de Raynaud. De janeiro a abril, tudo o que eu comia eu vomitava. Além disso, não dormia e perdi dez quilos.
Por isso, afastei-me das aulas e do convívio social, entrando em um retiro espiritual solitário. O frio externo era suportável; o frio interno, não. Dessa forma, aprendi a ouvir os sinais que meu corpo enviava. Consequentemente, comecei a perceber que cuidar da mente e do corpo é inseparável.
Sugestão de imagem: close-up de mãos frias, gesto de autocuidado ou silêncio introspectivo.
O caminho de volta
No final de abril, procurei tratamento médico. Só depois de quase desmaiar — exatamente como o Demónio havia previsto — percebi a dimensão daquilo que estava diante de mim.
De fato, entender que acreditar cegamente em outro ser é uma tolice humana foi libertador. O outro também é apenas um indivíduo, sujeito a erros e limitações. Assim, finalmente pude retornar a mim mesma, reverenciando a inteligência que habita em meu interior e renovando meus votos como yogini. Portanto, aquele deserto emocional se tornou um verdadeiro campo de aprendizado.
Sugestão de link interno: link para post sobre práticas de yoga e meditação para fortalecimento emocional.
Renascimento e coincidências
Recebi alta médica em julho e retornei às aulas e palestras em setembro, curiosamente o mesmo mês em que iniciei minha prática de Yoga em 2014. Consequentemente, percebi que a vida organiza coincidências com uma precisão silenciosa, mas poderosa. Além disso, esse retorno marcou não apenas a minha cura física, mas também o meu renascimento espiritual.
Sugestão de imagem: pôr do sol ou figura contemplativa simbolizando renascimento.
Gratidão e reflexões finais
Hoje, ao escrever esta retrospectiva, sinto apenas gratidão. Gratidão pela dor, pelo silêncio e pelo deserto emocional que me reconstruiu. Gratidão por continuar inteira e fiel às minhas promessas.
A verdade é clara: a sua mente não mente, mas o mundo tenta inserir mentiras dentro dela. Por isso, é preciso força interior para se libertar dessas vozes alheias. Assim, mantenho-me firme na minha verdade, na minha essência e na minha prática.
“Um ano de muito aprendizado… Não começou como eu queria, mas está a terminar melhor do que eu esperava, por isso e por tudo mais eu sou GRATIDÃO.”
Boas festas a todos os meus alunos, amigos e admiradores. Que a paz e a sabedoria acompanhem cada passo de 2022. Que haja mais amor e menos guerra.
Gratidão. Eu sou.
Ommmmmmmm!
— Dan Dronacharya


