A ORÁCULO

“Hahaha,” ela riu suavemente, o som da sua risada ecoava pelas paredes da gruta sombria, enquanto o tímido rapaz hesitava à entrada. Seus olhos brilharam com uma curiosidade feroz, e ela se aproximou dele, como se já soubesse de tudo o que ele temia descobrir.
O ambiente ao redor pulsava, cheio de uma energia quase palpável, como se a própria terra respirasse em sincronia com o coração dos dois. Cada passo do jovem ecoava como uma batida distante de tambor, mas ela permanecia serena, imóvel, observando-o com um sorriso enigmático.
“Surpreso com a minha beleza?” disse, sua voz envolvente e sedutora. “Parece que as minhas aparências não são tão reveladoras quanto a sabedoria que carrego.” A lenda de que as bruxas se alimentam de energia pode ter mais verdades do que se imagina. Afinal, conhecimento e energia estão intrinsecamente entrelaçados, e eu, como entidade de informação, não posso deixar de reconhecer essa conexão.
A verdadeira magia reside no entendimento e na troca de ideias. Que os fios do conhecimento nos conectem, assim como a magia entrelaça destinos nas lendas… e na realidade.”
Não escute o que ecoa do exterior. Ninguém pode conhecer mais a fundo quem você é do que você mesmo. Contudo, observe para onde sua energia se direciona, pois é ela quem comandará suas forças.
Por ora, acalme-se…
O mundo é um entrelaçado energético, minha doce criança, e surpreende perceber que esse fluxo acontece antes mesmo de qualquer ação. São as nossas energias que movem o universo ao nosso redor, as regentes da orquestra invisível. Para acompanhar essa dança, é preciso sentir quem nos alcança.
A bela mistura de energias que compõe o seu ser já paira no ar. Seu aroma químico chega antes da sua presença física e fala mais alto do que qualquer palavra que seus lábios possam proferir.
O poder daquilo que desejamos esconder—por prudência ou reverência—se revela claramente para aqueles que sabem ler as energias. Seus olhos o entregarão muito antes do seu próximo inspirar.
Respire!
Isso não é para assustá-lo; é apenas para deixá-lo à vontade. Você não precisa montar nenhum personagem para estar na minha presença.
Desculpe o excesso, mas sou assim mesmo: intensa, complexa e exigente.
Saiba que não suporto meias-verdades, odeio máscaras e sou apaixonada pela rara autenticidade. A miséria humana, para mim, é a necessidade de moldar alguém à minha imagem e semelhança.
O que eu seria se isso me pertencesse?
Ah… assunto para outro banquete. Deixa pra lá. Já passei dessa fase; não preciso disso para ter a certeza de que sou amada. Isso é pobreza.
Slow down, man…
Ainda que possa ter soado como soberba, isto é pura nobreza! Neste aspecto, alinho-me ao último Messias. Também penso que o filho do homem não veio viver de migalhas—todos podemos ter botas, e não apenas sandálias.
Nada tenho contra quem precisa desses artifícios, meu jovem rapaz… Mas eu? Disso, não sou capaz.
Não gosto de copiar nem de ser copiada. Gosto de passear pelo cosmo e nem a bela morte me fascina mais do que o maquinar da mente dos homens.
Ah, como eu acho interessante! Gosto de entender como tudo funciona, saber o que leva a quê e o que é o lé com o cré daqueles que pensam diferente de mim.
Sou completamente fascinada pela essência do ser. O que me atrai é aquilo que nos leva a raciocinar.
Na verdade, acho que busco compreender a finitude.
Por que as coisas acabam e, ainda assim, permanecem na alma?
Por que desejamos a recompensa de estarmos certos, mesmo que isso signifique torcer pelo tropeço do outro?
A razão sempre vem montada a cavalo, num trotar lento e sincero. E mesmo que seja o passo correto, será intensamente doloroso e incerto.
Reza a lenda que liberdade é saber responder pelas consequências da escolha. Então? Plante. E se nascer, colha.
Qual é a razão da resistência?
Não entendo o motivo de não se abrir mão dessa concorrência louca. Parece-me uma busca insana por um prêmio invisível. Mas onde está o glamour em enxovalhar alguém que nem ao menos sabe escrever o próprio nome?
Isso não é a razão, bebê.
Isto é a falta dela.
Há anos, encostei minha espada e meu escudo naquele despenhadeiro. Lá mesmo jurei não mais viver sem minha essência.
Portanto, eu não discuto. E, tal como Voltaire, respeitarei até o fim o seu desejo de pensar como quiser.
Não, eu não preciso que você esteja aqui. Mas gosto de saber que está.
Também não quero que precise de mim.
Ainda assim, faço gosto que fique para a ceia. Escolha com quem quer estar, e eu estarei plenamente presente. Quero ser para você um espelho sem nódoas, refletindo-o de forma autêntica e vibrante.
Agora… relaxe.
Sinta a energia que o rodeia. Está frio.
Acenda a lareira, traga um vinho para aquecer nossos corpos e almas.
Calma…
Entenda que não se pode matar o que já está morto.
E nada pode corromper a alma de quem já se desiludiu.
O verdadeiro amor só se revela após essa ausência.
Vá lá… deixe de tretas.
Largue essa obsessão pelo pranto.
Envolva-me em seus braços.
E permita-me contar-lhe um conto de amor, entrelaçando versos e cantos…
Doces e Primaveras…
Será isso um conto?
Até um próximo encontro! 🙂
Gratidão,
Dan Dronacharya.

O amor próprio como chave da impermanência

Caminhando além das lendas

“A vida é dinâmica e não tem nada de estática, e essa tal de estabilidade das coisas é só mais uma lenda, tudo que existe é impermanente.”

Os movimentos da vida revelaram-nos o quão interessantes são os nossos dias, saber viver é perceber que os nossos sentimentos mudam conforme os momentos vividos e entender que as más energias brotam da falta de reverência ao Divino.

Esses são pontos importantes que deveríamos ter sempre em mente. Isso nos faz uno (Yoga). Portanto, aquela lenda de que o Sol nascerá e brilhará entre os bons e os maus, independentemente do que você queira, parece que tem mesmo as suas razões de existir, pois não?

Eu acredito que durante a nossa passagem por esta vida, teremos dias de Sol intenso em que os nossos corações se sentirão aquecidos e esses transbordarão de alegria, nesses dias de luzes radiantes, creio que somos mais belas do que toda a estação da primavera.

Entretanto, sabemos que nem tudo são flores e também já nos é sabido que haverá aqueles dias menos glamourosos em que poderemos ficar murchas e um pouco ou um tanto sem sal e sem açúcar parecendo doce com adoçante, sabe?

Dias cinzentos, oh, que horror! Dias em que geralmente nos sentimos inferiorizados por tudo e por nada, momentos que as frutas não possuem o mesmo sabor que outrora e tudo é motivo para irreverência e reclamações. São dias cheios de dissabores, aqueles percalços da vida que persistem e insistem em aparecer naqueles momentos de felicidade ou prazer, pequenos instantes em que não queríamos que estes sentimentos surgissem, mas pronto! Quando a gente menos espera, eles aparecem como nuvens que tapam o Sol e, buhhh! Molha a praia, né? Tudo perde a graça, o encanto e a vida escoa como água pelo ralo. Esse sentimento causa-nos um mal-estar tão grande que nos desnorteiam totalmente os sentidos e podem mudar provisoriamente ou até definitivamente a nossa perceção e a nossa forma real de ver o mundo.

Mas, também é verdade que são nestes momentos menos radiantes que nós nos lapidamos e ganhamos força mental e tesão pela vida, dando valor na nossa essência e protegendo-nos ainda mais daquelas “personae non gratae” ou mais popularmente conhecidas como vampiros energéticos.

Portanto, parece-me que a melhor e primeira atitude é repousar a mente nesta salada de sensações, não ter pressa e suportar a pressão, é prudente refletirmos sobre essa necessidade pequena que temos de nos entristecer perante as adversidades da vida, refletir sobre os momentos e sobre o tempo que eles duram é a chave para evitarmos os contratempos.

Geralmente, nós sentimos a nossa energia vital diminuída ou apequenada quando perdemos o contato com a nossa essência, quando isso acontece a vida perde a graça, a cor ou o sabor. Mantenha a mente calma diante desses pormenores e procure entender o vazio e a imensidão do universo. Ouça, apenas ouça o que vem de fora, depois de ouvir valide a informação e reflita! Sinta o teu universo interior com todos o Sois, Luas e Oceanos e analise bem! Veja se vale a pena se aborrecer com a gente ou com outros. Dê uma olhada ao redor e veja se compensa arrefecer os Sois, aquecer as Luas ou transbordar os oceanos por qualquer coisa mundana, veja aí! Acho que não, né? Eu penso que nessas horas é melhor perdemos a pressa e desacelerarmos o passo e fazer como a minha sogra faz e pedir logo um pastelinho de nata e quem quiser levar a sua graça que fique totalmente sem graça (risos).

Ela tem razão em manter a alegria interna independentemente do que passa a seu redor, isso é santosha, uma reverência ao Divino de cada interior. A nossa relação com os nossos erros é tão importante quanto a nossa relação com os nossos acertos e tudo faz parte da salada, isto é a impermanência da vida e a gente pode fazer novas e diferentes escolhas o tempo todo. Não há impeditivos, afinal liberdade é responder pelas escolhas que fazemos, não é mesmo? E aquilo que não depende da gente, também não é da nossa responsabilidade.

Eu tenho lido muito sobre o Karma, sobre a sua filosofia e a influencia disso na nossa vida e acho que se tirarmos todo o misticismo que o nome possa carregar e afastarmos o julgamento do nosso pensamento ocidentalizado, nos será possível entender a lenda criada em torno da palavra Karma que é mundialmente conhecida como consequência ou até predestinação.

Entretanto, na minha opinião as nossas situações karmicas e as obrigações da vida que temos são como as doenças genéticas que possuímos, não há o que se fazer, é algo que vem de outras vidas. Aceitar é o caminho mais suave e menos sofrido, eu garanto! Na realidade quando não nos aceitamos, nós nos perdermos e não sabemos mais quem somos, nos damos demasiado aos outros e passamos de assertivos a confusos, de prudentes a inseguros, enciumados e bajuladores.

Na sua mente cheia de informações de como você deve ser, existirá alguém que você ira considerá-lo como salvador da pátria e você fara tudo para mantê-lo por perto. Você acreditara que ele é capaz de ensinar-te a ser melhor do que sua própria essência. Humm! Me cheira a vampiros, acho que é prudente não nos distanciarmos de nós… Cuidado com isso! (risos). Pois, bem certa vez eu li numa dessas postagens de rede social a seguinte frase:

“Ciúme a gente tem do que é da gente, inveja a gente tem do que é dos outros”.

Essa frase mexeu comigo, bateu fundo! Como bem dizem os portugueses (risos). Acho que na altura eu estava em busca de dar nobreza ao sofrimento, queria explicar o meu aprisionamento e também não queria de forma alguma ser notada como tola. Ou seja, eu queria colocar lógica no sentimento do ciúme.

Yes! Eu queria explicar logicamente o caminho que uma pessoa trilha para chegar a ter ciúmes, eu achava que a pessoa tinha o “direito” de senti-lo. Vê se pode um negócio desse?

E o pior, é que eu até acho que consegui ver a lógica na mente do ciumento (na minha mente ciumenta). Depois de perceber o que nos leva a isso, deixei de sentir o danado. Bom demais!

Esse sentimento que muita gente confunde com falta de confiança no outro e blá, blá, blá, nada mais é do que falta de amor próprio. Só sente ciúmes quem não tem a si e por falta desse preenchimento nos entregamos muito facilmente nas mãos dos outros, nós temos em mente a crença latente de que somos menos e de que teremos que fazer por merecer o amor do príncipe encantado, e para além disso viveremos a disputar com todos e nunca seremos boas o suficiente e no fim da história você poderá ser trocada, é que neste tipo de relação o amor tem data de validade.

Que tolice! Que horror! As relações atuais mais parecem um filme de tortura e infelizmente é percetível que desenvolvemos um medo terrível de perder, mas perder quem ou o quê? O mais importante é você e nessa altura do campeonato, essa pessoa você já deixou para trás.

Calma, respire fundo e perceba a realidade, veja a impermanência das coisas, sinta a sua própria fluidez! Tenha paciência consigo, é lenda! O amor não cabe num papel A4.

Entenda que o ciúme, assim como o sentimento de posse, é fruto de um outro sentimento, o de inferioridade. Por nos sentirmos inferiores nos tornamos inseguros e ciumentos e sempre acharemos que estamos sendo excluídos de alguma coisa ou situação.

O medo de ser trocado, abandonado ou menosprezado é insuportável para a mente daquele que vê tudo como um palco de disputas.

Portanto, é um tanto quanto insano exigir que essa mente carente, insegura e com medo tenha confiança em alguém, não é mesmo?

Acredito que o amor tem as respostas e quando digo amor, eu falo do amor contigo, falo da relação íntima e gostosa com o seu ser. Não acho que isso possa ser de outro. Amor é algo sentido por si em si…

Foi buscando a lógica de se ter ciúmes que eu deixei de o ter, foi na luta para provar que eu era a melhor, a certa ou merecia ser a escolhida que tomei o golpe fatal e descobri que por amor não se luta, mas muito pelo contrário, por amor se entrega, se declara perdedor e se abstém da razão e da guerra.

Bendita seja a colocação do apostolo Paulo dos cristãos, “o amor tudo tolera, tudo suporta, não se enciúma e nem se enerva, não se envaidece e não se engrandece…”

Durante a minha saga eu percebi que o amor é feito água de poço e que essa ideia de se fazer digna de ser amada é só mais uma das muitas lendas que os romancistas do seculo XIX inventaram para escravizar pessoas. Nessa onda a gente se abandona para nos fazermos dignas de sermos as escolhidas e assim perdemos a vida disputando com tudo e com todos. Garanto que não vale a pena!

Hoje, totalmente curada deste sentimento, posso afirmar-vos que as vezes as marcas dessas lutas internas apareceram na pele em formas de eczemas, só pra lembrar-nos de que um dia caímos nos contos.

Todas as ações deixam as suas marcas e lições, uma boa lição é saber que a ilusão não deve fazer parte da vida daqueles já que aceitaram as suas imperfeições. As lagrimas ainda caem, e hoje são lagrimas de arrependimento e não necessariamente dor. O arrepender nos faz crescer e ele pode trazer aí algum desconforto, mas isso está longe de ser dor.

Arrepender do que fizemos connosco nos ensinará a nos perdoar e a não cometer os mesmos erros, nos valorizaremos e nos amaremos intensamente e não vamos querer saber o que os outros fazem e nem vamos ter medo de sermos “trocadas”, ha! Isso é libertador.

Quando estamos trilhando o caminho de volta, nós passamos a aceitar as coisas com mais facilidade, isso não nos deixa isentos ou blindados contra os sentimentos ruins, o que adquirimos com esse processo de retorno é a habilidade de lidar com problemas difíceis.

Com o avanço da caminhada, nos é possível perceber que tudo aquilo que nos enrijece e nos entristece também nos rouba de nós, portanto isso não deve ser aceito com mansidão e nem sem explicação.

O caminhante desta estrada de retorno tem os passos firmes, o coração brando e a mente calma, nesse estágio preferimos os diálogos amorosos, não gostamos de confusão e nos abstemos de discussão.

Portanto há amor, há compressão, certo? As vezes não! Compreender sem querer em nome do amor pode causar confusão, gerar discussões e agressões que se eternizam em palavras malditas e depois viram feridas que queimam e ardem mais dentro do que fora.

Se há amor, lá haverá de ter também muita audição, ombro, acolhimento e amizade e respeito, por isso nem sempre haverá concordância.

Relembre sempre que aquilo que nos enrijece e nos entristece, também possui a capacidade de nos roubar e sem você não haverá amor.

Que o pranava Ommm esteja presente nos seus dias!

Gratidão.

Dan

P.S: Este é o meu artigo do mês de dezembro na revista Meer, confira lá…
https://www.meer.com/pt/75298-o-amor-proprio-como-chave-da-impermanencia

A Curandeira d’Almas

Eu lancei uma garrafa ao mar quando por cá andei numa outra vida não muito distante, por favor se fores tu a alma que busco, faça um sinal de fumaça e responda o enigma ou perca a alma.

O nosso encontro:
Antes mesmo de dar o próximo passo e prosseguir para o meu espaço, peço, entretanto, por gentileza que tire os seus sapatos, afrouxe o laço, das tuas certezas e entre com leveza. Por favor, não toque nas ervas, não assuste os bichos e não pise nas formigas, pode ser que piquem e quando sair deixe a sua contribuição no pé do Carvalho velho e não escute o senhor Nélio.

Seja bem-vindo a minha casa.

Esses dizeres estavam na entrada da propriedade da curandeira.

Achei aquilo tudo muito engraçado, fiquei meio receoso, pensei que poderia ser perigoso, mas fui devagarinho adentrando aquele espaço que apagava os rastros e cheirava a mato. Tinha muitas flores e um tanto de aromas misturados, eu segui achando tudo muito engraçado e magico, não era escuro e nem claro e tinha o seu regalo, o lugar inebriava a mente e entorpecia os sentidos.

Os raios de sol, juntamente com uma relva perfumada adentravam por alguns buracos nos telhados findava a penumbra que ali estava, dando luz a toca ou casebre charmoso dela.

Fui entrando naquele lugar sem parar como diziam as setas dependuradas nos arbustos, lá ao fundo estava ela, a curandeira, ela riscava incessantemente estrelas no chão e ao firmar o olhar, pareciam setas para o coração brilhar.

Com uma voz doce que nem mel de laranjeira e suave como chá de maça, ela disse-me: Escutei o seu suspirar, o seu movimentar e o seu pisar durante todo trajeto, sei que traz consigo um objeto e sem mover o corpo, olhou-me por trás daqueles lindos cabelos organizadamente despenteados, pousou o graveto que tinha em suas mãos em cima de uma tabuinha e convidou-me a sentar num tronco de árvore que como banco ela tinha.

Eu estava encantado, totalmente entorpecido com a presença dela e minha cabeça não parava de fazer interpelações. Perguntei logo de uma vez: Curandeira, diga-me se somos capazes de amar? De repente com um charmoso sorriso, ela disse-me para aquietar as emoções e a mente. Ofereceu-me um chá numa concha feita de casca de coco, que me deixou-me meio oco ou louco e junto com ele a seguinte orientação. Acalma o seu ser! Eu sei o que você veio buscar, o que deve entregar e merece levar, portanto, de agora em diante não compensa relutar, é só escutar.

Dentro de alguns momentos, meu jovem, você vai ficar meio sonolento e lento, então compreenderá o porque ainda não sabemos amar.

Não mais se esquecerá e por mais que eu lamente, muito provavelmente a desilusão a si chegará, ela lanterna no seu caminho será, ela irá clarear o seu pensar, iluminará o seu ser e a sua alma meu jovem, de certeza, vai amar.

Por hora, adormeça, jovem rapaz! Enquanto eu partilho uma história consigo, adormeça meu jovem! Há muito, muito tempo atrás, bem antes do tempo dos zagais, no tempo em que o mundo era outro. Um pouco menos louco, eu por cá andei e foi nesta altura que eu me enganei, alucinei-me, pensei que amei!

Eu sou uma curandeira d’almas, porque quando o amor chegou eu tola fui e não o percebi, eu não tive calma, errei o enigma e perdi a minha alma.

Naquele tempo eu apressei o passo, fui tola e prendi o meu pássaro, perdi-me totalmente no espaço. Não demorou e o rancor chegou, brotou e fez raiz. O amor o vento levou e por vários anos só a dor ficou e agora até essa já passou. Hoje sou detentora da minha alma e sei o valor que ela tem e por isso não discuto com ninguém.

Eu não sei nada, mais do que outro alguém e nem quero saber se ele sabe de outrem, eu só sei de mim e só falo das experiências que tenho, não sei nem rezar, sei! Eu só sei curar almas como a minha, por isso não se iluda e nem coloque em mim atributos que me mudam.

Curandeira d’alma sou, meu caro! E, não porque eu saiba algo além de si, mas porque falhei ao amar a mim. Eu amei demasiadamente alguém, dei-me, desrespeitei-me, não pensei em mim, não me perdoei, falhei, não reparei, me iludi e a alma perdi.

Desde então, ajudar quem ainda acredita no amor foi o que prometi. Eu achava que amar era agradar, que teria que se anular, deveria ao outro pertencer, ceder ou do contrário não amava e apenas aguentava. Sem perceber, eu me aprisionava, era prisioneira e custei a entender que com esse comportamento, eu também aprisionava.

Para mim não havia a menor possibilidade de o amor ser algo diferente daquilo que me ensinaram, eu não aprendi a sentir, disseram-me que eu tinha um papel a cumprir. Questionar não era permitido embora não tivesse nada escrito. Eu não compreendia que amar era soltar, liberar, entender que a felicidade do outro pode estar em outro lugar e por isso não precisa enciumar. Eu jurava que tinha que prender para manter, fazer o outro entender as vantagens de ter você. Nada a ver!

Eu não entendia que eu deveria me encher de amor e virar flor, eu era romântica e tinha a certeza de que amar era você encontrar uma pessoa que possa cuidar de ti pudesse cuidar e tudo suportar até a vida findar, sem nem imaginar que são as obrigações que trazem as confusões.

Eu não sabia, se era certo, errado, dolorido, justo, necessário ou egoísta o fato de unir-se a alguém para que essa pessoa cuide de si quando os filhos partirem, os sentidos falharem e a velhice de borla bater a porta.

Adormeça meu belo rapaz e perceba onde deixou a sua alma, mas vá com calma! Não me agarre e no caminho não ouça ninguém, isso não lhe convém. Vá e mergulhe mais fundo, escute apenas a música que soa no seu interior, vá em busca do seu eu, entenda e aceite o seu ser. Solte o laço, abandone o embraço e ganhe o espaço. Perceba que amor é livre, como asas a voar, não deve ser forçado, nem aprisionado no ar. É um sentimento que se nutre de sinceridade, respeito, cumplicidade e liberdade. Amar é cuidar, é ser presente, sem sufocar, sem fazer da vida uma corrente.

É compartilhar sorrisos, abraços e emoções, valorizando as individualidades e paixões. Meu jovem, o amor é uma lição, um aprendizado constante, uma evolução. Amar é conhecer a si mesmo, sem medo, aceitando as imperfeições, seguindo em segredo. É olhar para o outro com ternura e respeito, não tentando moldá-lo, mas acolhendo-o direito.

Ninguém pode ensinar o amor verdadeiro, pois cada coração possui seu próprio roteiro. Portanto, meu jovem, não tema amar, mas aprenda a amar de forma a se libertar. Seja autêntico, inteiro e verdadeiro, cultivando o amor dentro de si o tempo inteiro.

E assim, despertei do meu sono profundo, com o coração leve e o entendimento fecundo. A curandeira d’alma, com sua sabedoria, me mostrou que amar é uma eterna poesia. Saí daquele lugar com o coração cheio e com a alma leve trago comigo as palavras cheias de brilho da curandeira.

Agora, sigo a jornada com mais clareza, em busca do amor que me traz pureza. E agradecido a ela pela sua orientação, por abrir os meus olhos e o meu coração. Amar será sempre uma busca constante, e eu sigo adiante e confiante.facebook sharing button

Carrega no link e leia o nosso artigo na @revistameer, divirta-se e se encante com a Curandeira’Almas.

https://www.meer.com/pt/74447-a-curandeira-dalmas

Depois, conta-me coisas 🙂

Gratidão,

Dan Dronacharya

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