Karmas

“O zangão cumpre o seu Karma de beijar a rosa sem levar a flor.”

Erradamente, muitas vezes nos referimos a tudo o que é negativo que colhemos como “Karma”, sem saber a sua verdadeira origem. No entanto, karma significa literalmente ação. Portanto, se semearmos urtigas teremos coceira na pele, e se plantarmos laranjas teremos flores, frutas, sucos, perfumes e mel.

O mundo é composto por diversos tipos de seres, mas não é difícil encontrar quem afirme que somos todos iguais. Qual é o problema de ser diferente? Por que insistimos em invadir o espaço alheio? Quão difícil é a introspecção?

Sim, são muitas perguntas…

Bem, então…

A questão da inconsistência vai muito além das questões rotineiras do nosso dia a dia. Não é uma simples questão de dualidade, não é tão fácil como uma equação de segundo grau. O problema é a ignorância mental, temos um pensamento confuso, um teorema com muitas raízes, várias fórmulas ou formas num mesmo algoritmo.

Não é difícil, é apenas complexo! A verdadeira dificuldade reside em abster-se da vaidade de querer ter sempre razão em nome da liberdade dos outros também a terem.

Segundo a máxima de Platão e Sidarta, o mal da humanidade reside na inconsistência entre pensamento e ação. Em outras palavras, pensamos de uma forma e agimos de outra. Entendo que às vezes agimos de forma contrária ao que pensamos porque devemos obedecer às regras sociais e morais que constituem a sociedade. Não quero questionar isso; Quero abordar a sua energia e levá-lo ao autoexame. Eu não quero estar certa;
Ter razão significa ter a capacidade de raciocinar. Porém, ter lógica vai muito além disso, por isso não vale a pena discutir. Todas as brigas começam porque um quer estar mais certo que o outro, e nisso ambos são tolos.

Em última análise, discutir não nos leva a lugar nenhum. A vida é tão bela e diversificada, e seu tempo é tão precioso. Em vez de se perder em discussões, que tal apreciar a maravilha de cada momento juntos?

Portanto, o questionamento interno é legítimo e deve ser sempre reavaliado. O que não deveríamos fazer como seres humanos é coagir uma mente a pensar da mesma forma que a nossa; Isso é uma crueldade tremenda e algo que só pessoas estúpidas fazem. Só os idiotas exigem razão; pessoas inteligentes têm lógica e não discutem com idiotas; eles sempre respondem com um “sim!” Os idiotas têm razão ( a capacidade de raciocinar). Sim claro! Eles estão certos (risos).

Quando insistimos em provar que temos razão, mesmo que seja apenas para satisfazer o nosso ego, perdemos o bom senso, perturbamos a paz e criamos desconforto para todos.

Ceda e não discuta. Escolha manter sua paz; Não perca o seu céu porque você acha que deveria levar outra pessoa para lá. Podemos chamar isso de apego, para não dizer que é falta de amor.

Amar, meu caro leitor, é deixar ir, é permitir que o outro tome suas próprias decisões, faça seu próprio caminho e escolha seus próprios sapatos, mesmo que tudo isso não nos inclua.

É indigno querer ficar onde não é bem-vindo, para forçar pensamentos e comportamentos.

Jesus disse que “onde há amor, também há liberdade”.

Mas como pode haver liberdade sem permissão para pensar, questionar e até discordar?

Como posso amar essa pessoa se não a aceito como ela é? Mesmo sendo o que pensamos, exigimos injustamente, em nome do amor, que as pessoas sejam como nós, como explicar esta sandice?…

Esses dias alguém me perguntou se eu me achava melhor que os outros, respondi SIM!

Sou melhor do que muitas pessoas que estupram, matam, roubam, enganam e usam os outros de forma astuta. Fiquei surpreso com a reação do outro lado.

Defendemos a diversidade, mas desejamos igualdade. Não, não somos iguais! Somos semelhantes, como disse uma vez o grande Aristóteles.

Um bombeiro, um médico, um padre, um mestre espiritual, uma enfermeira e muitos outros cidadãos de bem saem de seus lares todos os dias dispostos a salvar vidas desconhecidas.

Um ladrão, um pedófilo, um estuprador e muitas pessoas más saem todos os dias para destruir a paz dos outros, para trazer a guerra e promover a discórdia, os conflitos. Então sim! Sou melhor que essas pessoas.

Enquanto as mentes forem conduzidas pelo mecanismo simplista da racionalização, permanecerão desprovidas de lógica.

Por enquanto, é melhor refletirmos sobre isso; vamos permitir que o Sol entre e habite em nossas mentes. “Omm.”

Gratidão;

Dan Dronacharya.

Saber Viver

“Um dia… pronto!… Me acabo. Pois seja o que tem de ser. Morrer: que me importa? O diabo é deixar de viver.”

Mario Quintana

Viver é saber sentir a vida… Ora, então não é, você concorda?
Bem,
A vida humana perde sua vitalidade quando permeada por desamores e dissabores; a vida é crescer, vibrar e florescer, portanto, tudo aquilo que nos entristece e nos enrijece, por conseguinte também nos adoece e nos rouba de nós.
Assim sendo, fica fácil entender o porque a felicidade é tão preciosa, quiçá se não é ela a própria vida ou único propósito desta jornada, pois são nos momentos de felicidade, que experimentamos a plenitude da nossa existência.

Parece-me que são esses instantes efêmeros, que dão sentido a tudo e eles são como pérolas raras, não é mesmo? Quando eles se dissipam, restam-nos a terrível sensação de que a vida boa virou fumaça no ar, quando a alegria finda e tudo perde a graça, fica o automatismo da respiração e as coisas ficam sem sabor e nada é bom e tudo é pouco satisfatório feito comida sem tempero, não é?

Pois, nada tem graça e a acabamos por ficar ali, meio a deriva como quem não sabe se vai ou se fica e nessa indecisão, deixamos a vida ir como água que se escorre pelas mãos. Ficamos sem saber se de fato existe algo que realmente possa valer a pena. É, sei bem como é! O nosso respirar deixa de ser importante, não é? Perde totalmente o valor.

Portanto, eu concluo que morrer nunca foi um dilema para aqueles que verdadeiramente sabem viver. 😉

Muito pelo contrário! A morte passa a ser ansiada quando a força que nos sustenta ou a alegria que outrora nos movia, deixa de existir. Essa ausência do prana (energia vital) perturba-nos a mente, adoece-nos a alma, o físico fica feio e irreverente e no fim disto tudo, nós temos? Somente a velha e enfadonha respiração mecânica de sempre.

Esta sobrevivência se transformará muito rapidamente em uma espera apática pela morte física, ficaremos, obesos, rijos e tristes, assim esperaremos ansiosos pela cessação do tédio que se estende enquanto respiramos, certo? Penso que deve ser por isso que qualificamos a vida como dura e que devemos lutar para coexistir.

“A vida é abundancia.”

Reza a lenda que Jesus, foi um grande mestre e, portanto todos sabem que durante o seu tempo aqui, ele falou sobre o amor que transcende tempo, ensinou a arte do perdão, defendeu a entrega da alma e proclamou por todos os lados que a Vida é pura abundância. Ah, eu acho isso uma lição inestimável.

A vida é mesmo rica e abundante, cheia de predicados. É plena e a paz reina com tranquilidade, a força do amor transcende os problemas pessoais e o mundo não se desfaz quando algo chega ao fim. Viver plenamente e a harmonicamente é aceitar que tudo começa e tudo finda, tem a chegada e a partida, entender este mecanismo nos concederá mais momentos preciosos de muito amor.

Precisamos compreender que a roda do Samsara gira ininterruptamente. A vida sagrada insisti em continuar o seu curso, seguirá incansavelmente o eterno ciclo do nascimento, crescimento, reprodução e morte, transformando-se constantemente e renascendo muitas outras vezes e de muitas formas diferentes.

Entretanto a doença da mente e a confusão de conceitos da vida moderna, conseguem fazer valer a lenda de que a vida é de fato uma luta e por vezes ou muitas vezes desacreditamos no amor, fazemos isso porque dizem que ele vem acompanhado da loucura e, é claro que vem! PENSA BEM …

Por acaso teria como ser diferente? O amor não tem conseguido se libertar das amarras impostas pela sociedade e suas regras, foi capturado e desde então está preso num papel A4, foi obrigado a sofrer para ser visto como válido deve permanecer até morrer. Ficou louco, coitado!

Quando há amor de verdade também há liberdade e felicidade; a alma de quem ama vibra em vários tons sem interrupções, não há a necessidade de justificação, não tem obrigação, o tempo não é importante aqui. Aliás, a ausência do deus Tempo é desejada para que tudo continue a fluir.

Quando estamos amando todo o resto se torna secundário, pois viver é o que realmente importa; os nossos sentidos se voltam para a preservação do ser, a sua luz brilha e a sua energia resplandece espalhando a essência da verdadeira vida. Há um êxtase pulsante que nos aquece como as labaredas de uma fogueira de São João, irradiando calor pelo corpo, alma e coração.

Assim os amantes da vida anseiam, parar, congelar o tempo e, ao mesmo tempo, não quer perdê-lo. Assim são os momentos onde a vida está presente; tudo o mais é morte. No entanto, a mente recusa-se a seguir a lógica e a alma? Ela suplica para que os relógios psicológicos e cronológicos cessem sua contagem para que possamos cantar e dançar como pluma ao vento.

A vida não possui um oposto; a morte física não tem o poder de encerrá-la. A vida se ajusta, se adapta, e a alma viva persistirá em outros corpos.
Tudo se transforma, e a morte ocorre sempre que perdemos a calma.

O coração silencia, o corpo treme, se endurece; tudo perde sua luminosidade, e a visão se obscurece.

No entanto, aquilo que foi vivido com outra alma permanecerá ..
A vida, meus amores é o amor que floresceu em pequenos momentos compartilhados com outras almas.

Mas, por ora, deixemos o Sol brilhar, mesmo que seja inverno.

Gratidão,
Dan Dronacharya.

DEATH’S MESSENGERS

‘ALL they who thoughtless are, nor heed,
what time death’s messengers appear,
Must long the pangs of suffering feel
In some base body habiting.
But all those good and holy men,
What time they see death’s messengers,
Behave not thoughtless, but give heed
To what the noble doctrine says;
And in attachment frighted see
Of birth and death the fertile source,
And from attachment free themselves,
Thus birth and death extinguishing.
Secure and happy ones are they,
Released from all this fleeting show;
Exempted from all sin and fear,
All misery have they overcome.’

Atiguitara—N’kāya, iii. 355
I am gratitude!
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