A Energia das Relações 2

  Há quem acredite que perder a razão é levantar o tom, quebrar xícaras, fazer discursos inflamados e sair batendo portas. Eu, ao contrário, penso que perder a razão é muito mais silencioso. É quando a gente sabe exatamente o que está errado, mas percebe que nenhum argumento neste mundo será capaz de atravessar a muralha emocional do outro.   A vida adulta, se existe alguma definição, é essa habilidade triste de calar-se antes que o outro transforme sua dor em arma.

Reflexões sobre Autenticidade e Conexão… 

Dizem que o mundo gira e as pessoas e as coisas são como são, o interessante, entretanto, é que o ser humano parece ser aquilo que espalha e não o que ele acumula e nada é o que parece ser.
Portanto, para uma bruxa, de nada adianta você ficar bancando o bom moço, saiba que a energia que o seu corpo exala tem cheiro de coco de gato. 
Na verdade, a energia que possuímos e quem realmente somos dizem muito mais sobre nós do que as palavras ou as normas que as boas condutas ditam. 
As relações começadas com uma energia ruim desabam nos primeiros meses de convivência, nós machucamos as pessoas e somos machucados.  
Geralmente, quem se apaixonou pelo personagem passado alguns dias perceberá que foi uma ilusão ficará frustrado e sairá porta a fora dizendo que se enganou. 
Quem montou o personagem vai se decepcionar por que não conseguiu ser amado também terá a sua fatia, lamentará não ter conseguido, afirmará que tentou ser melhor, mas não foi valorizado, difícil é uma das partes assumir que falhou e assim a roda está sempre a girar e o infelizmente o subtendido é tido como melhor do que o explicitado. 
Ninguém tenta perceber o que aconteceu, ninguém pergunta onde anda o amor que os uniu, na verdade dizem que ele acabou. Ahahah, seria cómico se isso não fosse realmente trágico. 
 
O amor não faz barganhas e as suas relações não obedecem essas regras mundanas, o amor é energia! E, nós? Nós somos todos pós de estrelas. 
Começar um relacionamento por interesse é calçar as sandálias do outro e andar por terras desconhecidas, cheias de dores. 
Amar não é carregar o mundo do outro, é partilhar o seu.  
Penso que a vida é uma resposta as escolhas que fizemos noutra circunstância e as vezes andamos por lados não muito favoráveis ao nosso desenvolvimento, não é mesmo? Se você cuidar da sua energia, blindará o seu corpo e não será tão vulnerável e previsível a maldade dos vampiros energéticos. 
É, preciso entender que a verdadeira bondade nada tem a ver com tolice e ingenuidade, proteger a sua energia é manter o templo limpo e seguro. Afinal, não se colhe laranjas quando onde se plantou Urtigas. 
Por ora, deixemos o Sol brilhar… 
Doces Primaveras! 
Gratidão,  
Dan Dronacharya.



O Despertar para o Amor Próprio: Uma Reflexão Sobre Relações e Vaidades.

“Amar ainda é o exercício mais difícil de ser executado.”

A falta de conexão com o próprio interior nos afasta de nossa essência, e essa ausência de si mesmo nos torna carentes. Quando estamos assim, nós temos a necessidade de ter alguém para preencher o tempo, já ficou assim?

Penso que sim. Eu não sou um E.T., e às vezes ainda fico nesse estágio de vazio que sufoca a alma e congela as extremidades.

Sentir solidão é como se você não se bastasse, é como se você precisasse de alguém para tapar o buraco que somos e começar a ter uma relação para tentar tapar o seu vazio. É uma sandice sem tamanho, é incalculável o tamanho do erro que cometemos connosco na busca insana de viver um amor “perfeito” ou ser o cidadão que tanto sonharam.

Embora para mim a perfeição seja um conceito falhado e ilusório, eu sei que todos a almejamos, e é por isso que a roda continua a girar.

Quando nos interessamos por alguém, a gente procura saber do que a pessoa gosta, e a partir daí montamos um personagem perfeito para que o outro goste de nós. Entretanto, o tempo passa e com ele aquilo que realmente é acaba saindo aqui ou ali, sabe? Por isso, não comece nenhuma relação humana por interesse ou carência, a não ser que essas condições sejam acordadas, e ainda assim, eu não acho que isso dê um bom resultado. A relação pode até durar, mas o valor das coisas não estão no tempo que elas duram, já dizia o poeta, não é? E para além disso, as coisas ruins que nos acontecem nunca foram passageiras, portanto, uma relação duradoura não é algo a se contemplar, não sem antes averiguar sob qual pilar que ela se sustenta.

Tem muita gente que volta para casa não porque quer voltar, mas porque tem que cumprir o acordado, tem que ser sensato. Tem muitos corações solitários por aí cumprindo as obrigações acordadas numa A4, sofrendo e fazendo sofrer. Tem, tem!

“O caminho se faz caminhando” é uma das frases mais assertivas que já ouvi, e aprender com os nossos erros é de suma importância para quebrar ou prolongar a corrente kármica que temos.

Para se relacionar com quem amamos e sermos de fato amados, devemos nos abster das vaidades, e isso não tem nada a ver com não usar batom ou abandonar aquela bota de inverno maravilhosa, não, nada disso! (risos).

A vaidade da qual temos que nos afastar é aquela que nos enfeia, e não aquela que nos embeleza. Tudo o que nos dá vida que traz cor e leveza deve ser mantido. Nós devemos deixar de lado aquela vontade de parecer bonita demais na foto, sabe?

Uma dessas vaidades é se colocar como o “super” e achar que deve ensinar.

A hierarquia é muito importante nas relações entre pais e filhos, mestres e discípulos, chefes e subalternos, anciãos e descendentes. Entretanto, ela não deve existir numa relação amorosa.

Não devemos nos colocar como professores numa relação de amor porque quem ensina é superior àquele que aprende, portanto, o superior pode e deve ser autoridade daquele lugar, e isso nunca será amar!

Numa relação de amor, existem partilhas de conhecimentos, de sonhos, de estradas, há partilha de vivências. Partilhar o que se sabe com quem se ama é a chave para o sucesso. Isso é amar.

Ao passo que se acharmos que podemos ensinar o outro a viver connosco é o mesmo que dizer para essa pessoa que não amamos, que ela deverá fazer por merecer ser amada e será treinada para obedecer. Caso não aprenda a obedecer, perderá a posição. Cruel, não é? Nós temos um bocado de vida assim!

Se nós entendermos isso como uma relação de amor, é porque estamos doentes e precisados de ajuda. Acho que esse é o maior dos vacilos.

Entretanto, a vida é uma soma de aprendizados, e devemos nos atentar sempre a cessar ou prolongar o Karma. Podemos amar de verdade ou fingir que amamos, basta entender que laranjeiras não dão limões e fazer a sua escolha.

“Valar morghulis.”

Morrer para as vaidades é nascer para o amor, e nada pode matar aquilo que já foi morto.

Buda dizia que o ser é aquilo que pensa, fala e faz. Portanto, o ser é o único responsável por ele mesmo.

Nós podemos notar que as nossas vaidades, carências e todo o nosso ser, e consequentemente a isso, podemos controlar os cinco agregados (5 sentidos). Abster-se disso com tranquilidade é o exercício que os amam praticam.

Se, para retornar a si, você precisar coagir, gritar ou ameaçar, é sinal que você ainda está longe de chegar. Deixe a calma reinar e seja agraciado com a sua nobre presença. Se isso acontecer, você saberá que está em casa. Bem vindo(a) de volta.

Deixemos o Sol brilhar…

Que o pranava OMM esteja presente nos nossos dias./*\

Gratidão,

Dan Dronacharya

“Entre a Fluidez e a Tradição

Uma reflexão sobre o amor e suas relações na sociedade atual

Hello my dear Readers and beloved haters,

Eu não sei se é por influência do livro de John Woodroffe (Arthur Avalon) que estou a ler ou, se porque agora estou imersa no maravilhoso mundo do Tantra. O que posso afirmar é que esses livros têm despertado em mim um olhar mais apurado para as coisas e suas essências, eu estou totalmente apaixonada (risos).

Com isso, tenho dedicado bastante tempo à observação do amor entre as pessoas e à fluidez de suas relações, também é verdade que quanto mais eu observo, mais intrigada fico. Intriga-me tanto o sofrer por amor. Acho que isso é desonroso, portanto não poderia ser amor, pode ser paixão, gostar ou qualquer outra coisa, mas se dói, se enrijece ou entristece, não pode ser amor, mas esse é só o meu jeito de ver o amor.

Entretanto, o tempo passa e aquilo que era certo ontem, hoje já não é. Tudo é muito volátil e fugaz nas relações atuais, situação que coloca os românticos em uma posição muito desagradável, pois, estes ainda acreditam naqueles contos de fadas, onde o par perfeito sempre aparecerá para realizar seus desejos mais íntimos. Às vezes, por isso, achamos que amamos, embora eu ainda penso que o amor vai um pouquinho além disso.

O que esses contos também não contam é que amar o outro não tem nada a ver com a satisfação dos próprios desejos, essa é mais uma das muitas crenças que nos impede de amar com responsabilidade e livremente

Mas, o que é uma relação de amor? Seria uma daquelas loucuras de amor às escondidas numa garagem suja, que deixa a si abalada dos pés a cabeça ou a estabilidade de um casamento? Talvez não seja nenhuma das alternativas ou todas. Vale a reflexão!

Muitos pensam que a volatilidade das relações de hoje deixam aquela sensação de um beijo que não foi dado, de um momento não vivido e aquela vontade de ter feito algo a mais. E como não perceber essa fluidez, esse romper repentino dos amores modernos, ou seriam relações modernas? Enfim!

A intenção aqui é tentar entender essa fluidez. Ultimamente tenho pensado que esse entendimento pode ser o que tantos chamam de amor. Sinceramente, eu não sei!

O que sei é que o lance da atualidade, é não possuir e não se deixar possuir. Os amores contemporâneos são voláteis e vulneráveis, nada é certo, não existe apego e nem compromisso. Existem os momentos e a felicidade de partilhá-los.

Por outro lado, as relações ditas “tradicionais”, com o intuito de manter a ordem e os bons costumes da sociedade, acabam por aprisionar o amor em um quadrado de restrições e obrigações. É comum que as pessoas se casem para evitar a solidão e ter alguém para cuidar delas, ou ainda para mostrar aos pais que cresceram e se tornaram independentes, muitos são os motivos que nos levam ao altar mas parece que raras as vezes são por amor.

Isso faz com que muitas dessas uniões se tornam superficiais, com os parceiros dividindo apenas uma casa e não suas vidas. Em alguns casos, é possível perceber que, em passeios ou eventos sociais, cada um segue para um lado, ou ainda que fiquem próximos, ambos ficam imersos em seus próprios celulares, cada qual no seu mundo.

Além disso, existe uma cobrança extrema por fidelidade, por cumprir aquilo que outrora jurou para um celebrante, isso muitas vezes não é correspondido. A balança dos relacionamentos está sempre “desbalanceada”, ajustada para os interesses de um dos lados. Isso acaba gerando uma insatisfação constante e uma sensação de prisão e infelicidade.

Portanto, é preciso repensar os conceitos de amor e os relacionamento que nos foram impostos pela sociedade. É necessário entender que o amor não é uma prisão, mas sim uma escolha livre e consciente de estar com alguém que amamos.

Relacionamentos saudáveis são baseados em respeito, liberdade, compreensão e, principalmente, em uma vontade mútua de ficar juntos.

Quando nos libertamos dessas amarras e vivemos de acordo com nossos desejos e necessidades verdadeiras, somos capazes de encontrar a felicidade e o amor onde quer que estejamos.

Contudo, acredito que o amor seja um verbo que se conjuga consigo mesmo, pois não é apenas um sentimento, mas uma ação diária que deve ser praticada, apreciada e aprimorada. É preciso estar disposto a cuidar, respeitar, compreender e se comprometer com a pessoa amada para construir uma relação saudável e feliz.

Nesse sentido, as relações mais positivas são aquelas em que os parceiros se dedicam mutuamente a fazer o outro feliz, a relação é parecida com uma via de mão dupla onde se dá e se recebe, sem cobranças excessivas ou expectativas irreais.

Portanto, amor não se encaixa em um padrão pré-estabelecido, ele é único e se reconstrói a cada dia, com respeito e dedicação mútua. Deve ser vivido e experimentado livremente, com autenticidade e entrega sincera.

Com amor e gratidão

Dan Dronacharya