Teoria dos Conjuntos

“Por querer ser legião, ter-nos-emos esquecido
de ser alguém; visando a ser gigantes, diminuímos-
nos como homens.”
Antonin-Gilbert Sertillanges

Você sabe qual é o coletivo de pessoas? 
Geralmente as respostas fluem rapidamente quando se pensa em coletivos ou em termos como “colmeia” para abelhas ou “bando” para pássaros.
No entanto, quando se trata dos humanos, a única espécie que se organiza em sociedades extremamente complexa e como sendo ele, o único animal racional, raramente se dá conta de que existe uma quantidade enorme de termos coletivos específicos.
Sim, isso mesmo!
Só na língua portuguesa, existem cerca de 80 substantivos coletivos diferentes para descrever conjuntos de pessoas. Onde está a igualdade?
Todas as tribos e uma só voz, uau, que lindo! 
Mas qual é a sua tribo, mesmo? Em que praia você surfa, por onde você trilha? Não são a mesma coisa, certo? Então, não poderiam ser tratados como iguais. 😉

Bem, 
Quando eu era criança, acreditava que o mundo funcionava como os conjuntos que aprendemos na geometria: organizados e harmônicos, como as unidades, dezenas e centenas. Pensava que os casais também seguiam essa lógica matemática, onde os semelhantes deveriam se unir. Eu não compreendia como alguém “ruim” podia estar com alguém “bom” ou como um homem gordo podia amar uma mulher magra.
Para mim, era inconcebível que uma mulher bonita e inteligente escolhesse se casar com um homem feio e rude. 
Afirmava corajosamente inocente que os opostos não faziam conjuntos. Cresci e entendi, embora o entendimento não tenha sido como eu idealizava, eu aprendi que o amor não segue esses padrões rígidos.
Hoje, sei que o amor verdadeiro é livre e belo como pluma ao vento. O amor só faz conjunto com o amor. Quem ama repele o sofrimento, é calmo feito água de poço. Acolhedor e restaurador como um chá com mel de laranjeira. 
A dúvida infantil persiste a coragem é que as vezes me escapa… Eu ainda hoje desejo saber por que é que toda gente fala em diversidade defendendo a igualdade, sendo que elas são totalmente paradoxais??? 

Pois; 

Pode até ser que hora ou outra vaguemos sem direção, mas a verdade é que intimamente sabemos exatamente quem e do que precisamos para nos sentirmos completos. Pensando assim, parece que ser inteiro, ser UM em si mesmo é algo negativo. Será? 
Essa crença de que ser individualista é egoísmo e é pejorativo gera em nós uma carência que nos faz buscar por aceitação desesperadamente.
Faz-se qualquer coisa para ser parte do todo. E essa necessidade desnecessária por validação externa frequentemente resulta em relações fracassadas. 
Olhe ao seu redor. Veja quantos casais celebram suas bodas com alegria genuína? Não é raro encontrar aqueles que transformaram o amor em um fardo, pois não? 
A sociedade está cheia de “status” e totalmente vazia de prudência, lógica e amor. 
Tudo isso porque ignoram a importância de serem completos em si mesmos. Cada vez que tentamos nos dissolver para agradar o outro, perdemos partes essenciais de quem somos. 
Tentar ser legião é suicídio, e formar um conjunto com a própria essência é uma bênção. 
Não se conhecer ou permitir que outros moldem quem somos é uma falta de reverência ao divino dentro de nós.
Ser UM não significa solidão; é, sim, uma união plena consigo. Quando aceitamos isso, criamos laços que realmente florescem e relações que contribuem para nosso verdadeiro ser. 
Aceitar-se integralmente nos leva a compreender que nem todas as decisões impulsivas ou erros são inconscientes.
No fundo, sabemos bem quando giramos a fria maçaneta e abrimos aquela porta sombria, deixando à mostra o caos em nossas vidas. 
Já é sabido que, quando somos livres, fazemos o que realmente desejamos. Essa liberdade de sermos essencialmente quem somos deve prevalecer para que nossas relações se tornem saudáveis. 
O que nos falta, na maioria das vezes, é honestidade intelectual; sem ela, somos massa de manobra na mão dos outros, e a falta dela está profundamente ligada à ausência de inteligência emocional. 
A honestidade não é uma habilidade que nasce naturalmente no ser humano. Não brota como erva no campo e tampouco pode ser comprada como vinho e pão. 
A desonestidade nas relações é o reflexo de uma dificuldade emocional que precisa ser trabalhada com muito cuidado. A linha entre esses assuntos é sempre tênue. 
Se não nos aceitarmos completamente, continuaremos a atrair pessoas cujas energias podem estar em desalinho com as nossas.
Afinal, se nem nós sabemos que somos inteiros ou de quem somos “metade”, como esperar que os outros nos aceitem e nos amem? 
Nós não pensamos no fim quando começamos a ter os nossos relacionamentos sociais, íntimos ou profissionais. Todos querem ser bem-sucedidos e felizes. 
No entanto, ao perseguir essa felicidade artificial, imposta por uma sociedade obcecada pela perfeição, acabamos nos afastando de nossa essência. 
Essa busca insana para ser a “pessoa certa”, moldando-nos às expectativas sociais, sufoca nossa verdadeira natureza. 
Usamos máscaras, desempenhamos papéis, mas evitamos a todo custo ser quem realmente somos. E, nesse processo, deixamos de nos perguntar: quem somos de fato? Qual é o nosso verdadeiro papel neste mundo? Por que casei? Por que estou neste emprego? 
Por que tantos casais vivem em uma dinâmica onde um é o “bonzinho” e o outro o “malvado”? 
Qual é a energia que predomina e quem é que depende de quem? Se ambos fossem equilibrados, isso traria harmonia ou geraria um desequilíbrio cósmico? O amor faz essas exigências? 
Essas perguntas nos convidam a refletir: quem somos dentro de nossas relações? E, quando as cortinas caem, quando o espetáculo termina e já não há mais necessidade de encenar, quem somos de verdade? 
Refletir sobre isso é crucial. Quem é você na intimidade de sua relação? Quando as luzes se apagam, os aplausos cessam e a cena termina, quem é você realmente?
Você é inteiro, digo, completo, ou precisa de outro para ser UM? 
Não precisa me responder. Responda a si mesmo. 
Quanto a mim?… Sem dúvida que eu casaria comigo em todas as vidas. 
Por ora, é melhor que deixemos o Samsara seguir seu curso… Om! 
Gratidão imensa por este momento, 
Dan Dronacharya. 


  

Dança com Demônios

” Paz é deixar de lado o escudo e a espada e dormir sossegada.” 

Olá amores, 
Reza a lenda que hoje eu deveria estar a lecionar na primeira turma da escola de magia. 
Entretanto, ontem escrevi sobre o silenciar das nossas vozes mentais e hoje volto ao mesmo assunto porque depois dos feedbacks fui meditar e percebi que posso ter causado alguma confusão com a minha fala.
https://www.yogacomadan.com/o-silenciar-das-vozes-demoniacas/
Bem,   
Perguntaram-me se eu danço com demónios? 
Hahaha, vale-me, minha nossa senhora das folhas secas gente. qual é a bruxa nunca dançou com demónios, não é mesmo? Dancei com vários e matei-os todos.  
Isso, mesmo eu disse que não havia mais demónios em minha vida, pois eu os tinha matado e pasmem, a pessoa disse-me que não se pode matar os demónios. Eu ri outra vez, mas desta vez o riso foi contido, ri de nervoso, como assim? Não conseguimos vencer o mal na nossa vida? Quem não consegue? Que falta de reverência com o Divino que vive em si. 
 
Portanto, hoje volto ao mesmo assunto porque depois dos feedbacks fui meditar e percebi que posso ter causado alguma confusão com a minha fala. 

Quero esclarecer que o exercício diário de um yogi é o silenciar da mente primaria, que é naturalmente barulhenta, inquieta e merecedora de educação. 
Portanto, para um yogi a liberdade só pode ser alcançada com muita disciplina, essa retidão em se auto observar emudece as inúmeras vozes mentais por mim aqui chamadas de demónios.  

Posso nomeá-los, pois tal como a deusa Kali, eu os tenho em um colar de contas.
 
Eu dancei com o demónio Insegurança por toda a minha existência e por conta desta dança enlouquecedora e doentia, acabei por rodar no salão com inúmeros demónios. 

Dancei rock com o medo, estive em um tango maravilhoso e mortal com o ciúme, transpirei até pingar na salsa quente da traição, diminui o ritmo e me agarrei na música lenta da vaidade e do orgulho e não me sentei, não descansei, dancei até o fim do baile e lá fora ainda sambei com a desonestidade e a irreverência. 

 Ainda encontro alguns por aí nos muitos bailes que a vida nos dá, mas nada que me cause espanto, no máximo um riso contido. 

O Yoga nos ensina a como lidar com as nossas intemperes e com as adversidades alheias, nós somos hábeis em contornar aquilo que não somos capazes de mudar. A dança agora é outra, é clássica como Beethoven e Mozart, transmite a harmonia, tem sintonia e espalha calmaria.  
 
O Yoga é o frear da carruagem em disparada e desorientada, não se pode alterar o trotar dos cavalos sem silenciar as muitas vozes oriundas do exterior. A mente primaria do ser são os cavalos que conduzem a carruagem. O yogi consegue domar os cavalos, respiramos profundamente e demoradamente até despertar o silêncio, ele precisa ser sentido para ser ouvido. 
 
Portanto, matar demónios é uma habilidade nata de um yogi e eu não seria uma Yogini sem tal poder. Isso é Yoga, aquela estória de ser hábil em ficar de ponta cabeça é ser bom em YOGA é lenda. 😊
 
Mas, por ora, deixemos o Sol brilhar mesmo que seja inverno, e acredite o ser precisa se esforçar para que ele brilhe, mas não titubei, o Divino habita em ti. 
So Ham…
 
Gratidão, 
Dan Dronacharya.

Exercitar a Aceitação

“Tudo é vibração e movimento, vibre em amor e o amor retornará a ti.”

Hello my dear Readers and my beloved Haters,

Espero que estejam bem dispostos e com boas energias,

Bem, o lance por aqui continua sendo energético e o ano de 2023 começou arrasando, meus amores. Só tem dez dias e a roda na minha cabeça já está a giros de 360 graus. É, de aluno novo que não fala a minha língua e sessões de coach mal sucedidas, a venda do apartamento onde vivo. Aja Yoga, viu? 😉

Pois, segurem o “cap.” galera, respirem fundo e vamos prosear um bocadinho sobre tudo isso.

Eu acredito que a venda do apartamento e todas as outras coisas que tenho vivido no plano físico são resultados da energia emanada por mim em algum momento desta vida ou ao longo de tantas outras, não sei ao certo em qual vida foi a plantação, mas faço a colheita com o coração aberto e grato, também tenho tentado discernir algo do momento presente.

Tudo é consequencial. A convicção é que somos resultados das escolhas que fazemos, portanto, a vida acaba sendo um tipo de acúmulo gerado pelas energias que emanamos rotineiramente, ou seja, nós colhemos aquilo que plantamos e aceitar com parcimônia, que o que recebemos diariamente, é o fruto do que semeamos, é para mim, sem sombra de dúvida uma atitude de reverência com o DIVINO que nos, habita.

Praticar a aceitação. Este não é só um bom conselho, mas também é um alerta importante para podermos entender o porquê de certas coisas não correrem bem, prestem atenção como funciona o desenrolar das coisas. Quando dou, recebo ou faço algo que não quero dar, receber ou fazer, eu automaticamente abro a minha energia para que outras pessoas façam o mesmo comigo e assim giro eternamente a roda do sofrimento, conhecida como SAMSARA e quando reagimos mal aos feitos e efeitos do Universo, nós deixamos claro o quanto somos ingratos, relapsos e irreverentes com o Divino que nos habita.

Exercito a aceitação. Eu acho que assim eu aproximo-me um pouco mais daquilo que julgo ser SAGRADO, eu acho que não tenho ganhado nada que este mundo saiba contar, eu recebo em outra moeda, recebo muitos sorrisos, vários relatos de sucesso e algumas intemperes, mas isso faz parte, as vezes a gente falha e só assim, melhoraremos. Vou continuar exercitando. 😉

Algumas observações que são realmente válidas :

1- Só tem problema com alunos internacionais quem é conhecido pelo, o que faz e não pela língua que fala. (A pessoa disse-me que entende a linguagem do Yoga, daí ficou very easy) 😉 🙂 🙂


2- Só se dá mal em qualquer coisa na vida que tenta se dar bem. (sem saber quão profunda são as feridas do outro e no anseio de o ajudar, podemos magoar ainda mais, são aprendizados! Sem mais). 🙁


3-Só tem uma casa para ser desocupada quem tem uma casa para viver. Quem sabe seja uma oportunidade de procurar um lugar para chamar de meu, não é mesmo? Vamos aceitar, entregar e agradecer. 🙂


Gratidão eu sou e seguirei sendo. OMMMMMMMMMMMM!

Dan Dronacharya