O que fazemos quando não sabemos o caminho
Não é de hoje que a humanidade caminha entre pedras e tropeços, sem saber para onde vai a estrada que todos percorrem.
Geralmente, só caminha. E, no coração da máquina, mora a certeza de que, mesmo sem saber de nada, afirma saber onde ir. Mas…
De onde veio a humanidade, mesmo? E, pra onde ela vai?
Qual é a certeza que seu coração carrega?
Talvez nenhuma. Talvez o coração apenas bata, obediente, enquanto a mente constrói mapas de um território que nunca será fixo. Tentamos, sem sucesso, organizar o caos com palavras, regras e muros. Mas a alma — essa estranha viajante — não se deixa prender, não cabe numa folha A4, e nem se interessa pelo outro.
E, entre o peso do mundo e o chamado interior, muitos se perdem e esquecem de escutar. Escutar de verdade. O silêncio entre um passo e outro. Deixam de sentir o movimento entre o inspirar e o expirar, e a sagrada pausa entre uma certeza e outra.
Porque, às vezes, é justamente no não saber que pode morar a sabedoria mais viva, não é mesmo?
É lá que nasce o discernimento que nos levará ao encontro com a alma vagante e viajante do interior humano.
Seria possível viver sem discernir — digo, sem este encontro entre a mente e a alma? Não. Eu não falo sobre vida enquanto respira. Falo da vida sagrada de poder ser a sua essência, entende?
Não, eu não me refiro à vida bem-sucedida financeiramente. Falo da riqueza de poder falar o que quiser, de gargalhar sem medo em qualquer lugar. Falo da beleza dos sonhos e das eternas cavaqueiras com quem amamos.
Talvez, no fim das contas, viver de verdade seja isso: abraçar a dúvida com ternura, andar com os pés descalços sobre as pedras do caminho, e sorrir — ainda que não se saiba o rumo. Porque há uma liberdade imensa em simplesmente ser, sem moldes, sem metas, sem o medo de parecer perdido.
Quem se permite não saber, começa a lembrar de si e para de repetir padrões alheios.
As estradas se cruzaram, qual estrada é a sua? até aonde se pode ir em busca de si mesmo?
Quem nunca andou por caminhos incertos, certo de que estava certo, não é mesmo? 🙂
Relaxa;
Por ora, é melhor deixarmos o Samsara seguir seu curso … Om.
Gratidão;