Ainda sobre não discutir

A vida é valorizada a partir do momento que percebemos a fragilidade que somos.

Dan Dronacharya

hello my dear readers…

O assunto ainda é sobre o fato de não discutir e cá estou eu mais uma vez, pensando sobre a fragilidade do ser e a difícil aceitação da finitude, pois, vamos prosear um pouco sobre isso, nada de discussões, eu prefiro manter uma boa cavaqueira, afinal stress não me fica bem. 🙂

Um cafezinho e muito amor, por favor! Let’s go…

Estou no laboratório para repetir as análises de acompanhamento da síndrome de Raynauld, sinceramente meus amores! Eu ando cansada disso, de tempos em tempos é preciso vir aqui para ver se falta muito para ele pegar-me de vez. Sim! É, exatamente assim que me sinto e a médica disse-me que isso era mesmo para ver o progresso da doença (risos). Seria cômico se não fosse trágico, pois, não?

Enquanto eu estava no laboratório nesta manhã bela e fria de uma quarta-feira (02/11/22) senti a tal fragilidade, mas, ao mesmo tempo, percebi a finitude e por mais que eu que queira negar isso, este é um fato que mexe comigo. Não desejo o fim embora eu sinta que esteja pronta.

Ok, chega de chororô, eu não gosto nada disso! A intenção de partilhar isso convoco é simplesmente para dizer-vos que eu acho que a vida é valorizada a partir do momento que percebemos a fragilidade que somos.

Não existe nada aqui, além de ti, isso precisa ser apreciado por nós. Eu acredito que esse “apreciar” seja o verdadeiro despertar. Nós passamos muito tempo tentado entender e atender as regras da sociedade, para além de termos uma necessidade de ser aceite por ela.

É fácil perceber que somos nós que a alimentamos, fazemos isso com os nossos desejos egoístas. Ao passo que deveríamos parar esta roda e sentir o DIVINO que nos habita, relacionar-se o seu interior de tal maneira que gere uma intimidade inabalável.

Sei lá, as vezes penso que aprendi a ser frágil ou se calhar eu tenha sido forçada a isso (risos), o que é fato, é que eu já não quero mais algumas coisas, ao mesmo tempo que ainda sinto a dificuldade de deixá-las ir, só não discuto mais, hoje já sei apertar o FODA-SE sem discutir (risos), acho isso uma grande vitória. 🙂

A vida é mesmo o gosto que damos nela, meus amores, por isso, hoje eu vivo muito bem, tentando saber morrer e renascer diariamente.

Deixo abaixo mais uma parte importante do livro sobre Budismo, este tem servido-me como amparo nas horas mais difíceis.

Enjoy my dear readers 🙂 :

“OS DONOS DA VERDADE” : CULLAVIYUHA SUTTA.


Interrogante: – Cada pregador, ao expor seu tema predileto, costuma afirmar que, se
aderirmos firmemente ao exposto, seremos salvos, mas se o rejeitarmos, perdidos e
condenados. Disputam os pregadores entre si, chamando-se uns aos outros de “ignorantes” e
até mesmo de idiotas. Quem nos há de apontar qual deles seja o certo? Não é possível que
todos sejam autoridades conforme alegam.


Buda: – Se pelo simples fato de alguém discordar de outrem é qualificado de “idiota”,
nesse caso, todas as “autoridades” eivadas de teorias seriam idiotas. Se cada teoria revelasse a
verdade e qualificasse o seu expositor como “autoridade”, então todos eles seriam
autoridades. Não espereis ouvir a verdade daquele que chama os outros de “idiota”. cada um
considera a sua própria opinião como “verdadeira” e quem quer que dela discorde é, então,
chamado de tolo.


I. – O que um deles classifica como “verdade”, diz um outro ser “falso”, e assim por
diante. como pode ser que estejam sempre a discordar, e por que razão não dizem todos eles a
mesma coisa?


Buda: A verdade é uma só e por esse motivo os sábios nada tem que debater. Mas
como cada um desses disputantes tem sua versão pessoal da verdade, as suas contendas são
intermináveis.


I. – Mas como pode ser que cada uma destas autoridades considere a sua versão
pessoal como sendo a própria verdade? Poder-se-á confiar, nesse caso, que a verdade por eles
enunciada tenha realmente sido a verdade? Ou será que inventam pura e simplesmente suas
teorias?


Buda: – Não existe verdade alguma além da que é fornecida pela percepção sensorial.
No exato momento em que te aferras ao conceito de que algo é “verdadeiro”, surge o atrito,
porque o conceito oposto terá, então, que ser rotulado de falso. Aquele que se deixa iludir
pelo que vê e pelo que ouve, pela virtude, por suas vitórias e sucessos, fixa-se em suas ideias
e critica os demais. Ao criticar os outros seu egoísmo se expande e, por se considerar
autoridade sem prender-se à critica, torna-se cada vez mais exagerado. É aí então que, num
trasbordamento do autoconceito que de si mesmo faz, jacta-se de ser “um sábio” e acredita
serem os seus conceitos irrefutáveis.

Se alguém o chama de confuso, logo replica “confuso é vocꔑ, embora cada qual a seu turno se considere um “sábio”. De cada autoridade se há de ouvir a afirmação de que aqueles que seguem uma filosofia diferente da sua, não conseguirão jamais atingir a pureza e a perfeição. “Meu método é infalível, é o único que conduz à perfeição”, alardeiam em autopromoção todos esses pseudo-sábios.

Tais comentários os expõem a ataques por parte das outras autoridades e, consequentemente, há
cada vez mais disputas. Desta forma, essas pessoas (cada qual aferrada à sua teoria predileta)
prosseguem em suas altercações a vida toda. Abstei-vos, portanto, de toda e qualquer
teorização com suas inevitáveis disputas.”

(Sutta Nipata, Atthaka, 12.)

Agradecida pela sua visita, espero que as minhas palavras tenham encontrado morada nos vossos corações. Eu sempre estarei aqui, OMMMM!

Com gratidão,

Dan Dronacharya.


A discussão não vale a pena

Adotei como filosofia de vida ser uma pessoa mais tranquila e amorosa e para isso algumas mudanças foram necessárias. A opção por NÃO DISCUTIR foi umas das melhores decisões da minha vida.”

Hello my dear readers…

A opção por não discutir só veio depois de muito perder com isso, garanto que discutir não vale a pena. Eu perdi muito tempo discutindo coisas que não levam a lugar algum, eu deixei de partilhar muitos sorrisos e escapou das minhas mãos vários momentos de felicidade. Como sinto isso, gente! Perdi muito e tudo isso porque eu adorava discutir, amava ter razão e gostava de mostrar que a possuía.

Por muito tempo agi assim, eu gostava de “lacrar” (risos), só pra sair por cima. Assim eu convencia-me de que eu tinha algum valor. Quanta tolice!

Let’s go my dear readers…

Muita água rolou debaixo desta ponte aqui, viu? E, ainda bem que as águas rolaram minha gente! Sou grata por tudo que passou, sinto-me honrada por ter assimilado algumas gotículas d’água deste imenso oceano que é a vida. Eu sou gratidão a todos os obstáculos, foram eles que fizeram-me perceber o meu verdadeiro “EU”.

Segue abaixo um trecho de um livro sobre Budismo que eu estou a ler, hoje as palavras do grande mestre Gautama acolheram-me novamente. Vejam aí! Isso solidifica o meu propósito de vida, lava a minha alma, acalma meu coração e enche-me de orgulho. Sim! Estou muito orgulhosa, hoje eu confirmei mais uma vez que estou no caminho certo. Discutir não vale a pena meus amores.

Enjoy…

SERMÃO A PASURA SOBRE AS DISCUSSÕES:

PASURA SUTTA


“Algumas pessoas costumam afirmar: “Esta doutrina é a que torna os homens puros”;
enquanto outras dizem: “Aquela outra doutrina é que dá pureza.” Cada qual considera sua
própria doutrina a única certa.

As pessoas assim perdem a noção do razoável e começam a
discutir entre si, chamando-se tolas umas às outras e recorrendo a velhos e repetidos
argumentos; e assim é que, procurando angariar elogios, apresentam-se como autoridades no
assunto.

Esmagar o opositor é para elas uma verdadeira delícia. Têm pavor de ser derrotadas
pela dialética alheia; ao se sentirem vencidas no debate, tais pessoas logo se mostram
aborrecidas e irritadas, ao mesmo tempo em que procuram, a todos os instantes, envergonhar
o rival. Se a opinião dos que ouvem lhes for desfavorável, logo se afligem e passam a guardar
rancor a seu adversário.

Em alguns casos, essas contendas chegam a provocar brigas e até pancadaria.
Evitai, portanto, as disputas, pois que os elogios delas oriundos são inúteis, de nada valem. o
vencedor dessas querelas enche-se de orgulho e se exalta, o elogio sobe-lhe, então, à cabeça.
A semelhante orgulho segue-se, habitualmente, uma queda, pois o disputante agora se
excede e na sua arrogância torna-se intolerável.


Ao verdes isto, renunciai às disputas, pois que elas jamais conduzem à pureza.
Da mesma forma como o campeão real vai destemidamente lançando por aí seu desafio,
assim também é que tu deves prosseguir, meu herói, embora não se trate aqui de nenhum
combate.
Quando os adeptos de um determinado partido começam a discutir, cada um deles
convencido de que seu partido é que tem razão, dizei-lhes, sem qualquer cerimônia e bem
claramente, que vós não estais interessados em discussões.
Mas que poderás tu dizer, Pasura, aos que seguem seu caminho sem jamais enunciarem
qualquer teoria própria em oposição as tuas, uma vez que eles não se apegam a qualquer
conceito?
Cheio de confiança em tuas próprias teorias vieste aqui, Pasura, numa tentativa de vencer
com elas um ser perfeito, mas não conseguiste acompanhar-lhe o ritmo, não é?…”

Sutta Nipata, Atthaka 8

Gratidão eu sou, OMMMMMMM!

Dan Dronacharya.

A expressão “secreto” ou “oculto”

Hello my dear readers,

“A expressão “secreto” ou “oculto”, no Budismo, principalmente tibetano, não designa nada
que seja intencionalmente escondido, mas só o que pode ser conseguido pela autodisciplina,
autocontrole, concentração, experiências vividas e visão interior.”

Trechos do livro ” Budismo- A psicologia do autoconhecimento”

Numa galáxia bem, bem distante daqui, existe um lugar chamado “Fantastic World”, é um pequeno mundo que pensa ser grande, onde reina um Deus, sendo tido como o todo o poderoso, mas que não domina nem o mundo que ele mesmo criou.

Lá quem manda é um ser asqueroso que o todo poderoso disse que havia sido condenado ao sub mundo do tal “Fantastic World”, vai vendo! O mais estranho disso tudo é que lá por essas bandas, reza uma lenda que diz “tudo aquilo que está oculto não provém do SENHOR”.

“Em seu coração há uma estrada que só você pode percorrer. É um privilégio única e exclusivamente seu descobrir-se e ser verdadeiramente você. Encare o desafio. É incrivelmente compensador. É verdade que há esforço, tanto quanto é necessário esforçar-se para ter uma casa organizada ou um corpo saudável. Mas, de igual modo, o esforço compensa.”

Talita Dantas.

Bem como diz aquela máxima “seria cômico se não fosse trágico”.

Continuemos com o baile meus amores…

Ora, mas, que senhor? O que não pode ser secreto e o por quê deve ser partilhado? Por que obedecemos cegamente essa crença de sermos tão transparentes? Por que confiar desmedidamente nos outros? E, por que achamos que estamos corretos? Estamos fazendo o bem? Bem? Para quem? Nós ficamos vulneráveis e totalmente desprotegidos quando agimos desta forma.

“Se ninguém mais pode sentir por mim, se não há quem possa falar as palavras que estão na minha boca, é mais que uma necessidade, um dever, uma questão de honra saber quem sou, para que eu possa dizer ao mundo a que vim. É uma obrigação moral.”

Carl Jung

Isso é ser imprudente com o teu sagrado! Mas uma vez digo que só fazemos isso porque não questionamos as tantas informações que coletamos por toda a nossa vida. Nós temos uma pressa intrínseca e somos pra lá de carentes. Nós temos medo de dizer que não entendemos ou que não podemos contar.

Calma meu caro amigo ou leitor, eu sei! Isso parece ser desnecessário, mas quantas decepções você tem tido por conta dessas aberturas que deu a quem não merecia? Quantas vezes você arrependeu-se de dizer algo rude para alguém? Bora refletir!

Nós, inconsequentemente abrimos, o nosso sagrado e sem muitas reservas a todos que se aproximam da gente, sendo que nós deveríamos protegê-lo de todos. A gente deveria ser mais prudente e abrir o nosso coração somente para aqueles que se mostrarem dignos de tal honraria. Afinal, não se abre os tesouros que possuímos a qualquer um, correto?

“Certa vez disseram-me que o coração é terra que ninguém pisa, hoje sei que devo saber morrer e renascer todos os dias.”

Dan Dronacharya.

Bem, inspire e expire lentamente, tome um café e vamos jogar um bocado de luz nisto né?

Há muito tempo, numa outra vida recente, eu vivi neste “Fantastic World”, por muito tempo eu pensei que este pequeno mundo fosse apenas uma das muitas criações da minha mente, doce inocência! Hoje sei a diferença entre o que vive e o que existe, entre o que é falado e o que é o fato.

Existem coisas que vivem, mas que já não existem e temos aquelas que nunca existiram, mas, vivem! Existem os fatos e as visões daqueles que testemunharam o fato. Pois, prestemos muita atenção nesta (estória) de que devemos ser transparentes e vejamos se este não é um dos maiores contos que já existiu. Por falar em contos, segue abaixo um conto tibetano para que possamos discernir um pouco mais sobre este assunto (risos). Enjoy!!!

“A velha mãe de um mercador que todos os anos ia é Índia pediu um dia, ao
filho, que lhe trouxesse uma relíquia de Buda. O mercador prometeu cumprir o
encargo, porem, preocupado com seus assuntos, esqueceu-se completamente. No meio
do caminho, na viagem de volta, recordou-se do pedido de sua mãe e pensou na
decepção que ela teria ao vê-lo chegar sem a relíquia. Enquanto refletia como
solucionar o assunto, seus olhos pousaram na mandíbula de um cão, que estava à beira do caminho. Teve uma súbita inspiração. Arrancou um dente da ossamenta ressequida, limpou-o bem e o envolveu num pedaço de seda. Em casa, presenteou-o a sua mãe, dizendo que era um dente do grande Sariputra – um dos mais eminentes discípulos de Buda.
Louca de alegria e cheia de veneração, a boa mulher colocou o dente num
relicário sobre um altar. Todos os dias rendia-lhe culto, acendendo velas e queimando
incenso. Outros devotos se uniram a ela e, depois de algum tempo, o dente de cão,
proclamado santa relíquia, emitia raios luminosos. Deste modo, nasceu o provérbio
tibetano: “Da veneração surge a luz até de um dente de cão.”

Trechos do livro ” Budismo- A psicologia do autoconhecimento”

Assim despeço-me com o coração transbordando de alegria e amor, eu sempre estarei por aqui.

Mas uma vez, OMMM JAYA!

Gratidão,

Dan Dronacharya.