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  Há quem acredite que perder a razão é levantar o tom, quebrar xícaras, fazer discursos inflamados e sair batendo portas. Eu, ao contrário, penso que perder a razão é muito mais silencioso. É quando a gente sabe exatamente o que está errado, mas percebe que nenhum argumento neste mundo será capaz de atravessar a muralha emocional do outro.   A vida adulta, se existe alguma definição, é essa habilidade triste de calar-se antes que o outro transforme sua dor em arma.

A RAZÃO NÃO GRITA : ELA SE RECOLHE.

Posted on 5 de novembro de 20255 de novembro de 2025 by Dan

“Convicções muitas vezes são apenas certezas cheias de incertezas.” 

 Há quem acredite que perder a razão é levantar o tom, quebrar xícaras, fazer discursos inflamados e sair batendo portas. Eu, ao contrário, penso que perder a razão é muito mais silencioso. É quando a gente sabe exatamente o que está errado, mas percebe que nenhum argumento neste mundo será capaz de atravessar a muralha emocional do outro.

  A vida adulta, se existe alguma definição, é essa habilidade triste de calar-se antes que o outro transforme sua dor em arma.

  Quantas vezes você já tentou alertar alguém que amava sobre algo que o incomodava — uma atitude, uma mensagem insistente, um comportamento duvidoso — e, em vez de diálogo, recebeu ironia? Quantas vezes transformaram sua sensibilidade em delírio, sua intuição em ataque, sua pergunta em acusação?

  Fascinante como a insegurança costuma vestir a máscara da arrogância.

  O mais curioso é que ninguém nasce incapaz de conversar. O ser humano cria frases antes de criar desculpas. Mas, em algum momento da vida, alguns descobrem que discutir não é sobre resolver — é sobre vencer. E a partir daí tudo desanda: cada fala vira duelo; cada silêncio vira culpa; cada dúvida vira crime.


O exemplo da mulher que aprendeu a desaparecer em pé

  Imagine uma mulher qualquer — daquelas que carregam o peso das próprias emoções enquanto administram a lista do supermercado. Ela não é ciumenta, não é insana e tampouco histérica. É só humana o suficiente para perceber o que está acontecendo ao redor.

  Um dia, com delicadeza e coragem, ela diz ao marido que algo a inquieta: a proximidade excessiva de uma colega dele. Não acusa; questiona. Não ataca; revela seu desconforto. Mas ele reage como tantos reagem: com desdém, com irritação, com a velha tática de inverter o foco.

  “Você só pensa nisso porque você é quem está fazendo algo.”

  É sempre assim: quem não quer ser responsabilizado cria uma ficção onde a vítima se torna vilã.

  A mulher poderia gritar. Poderia exigir explicações. Poderia quebrar copos, amassar panelas, derrubar a mesa com a sobremesa que ela mesma preparou. Mas ela faz o oposto: permanece inteira.

  E, ironicamente, é isso que causa mais estrago.

  Ela se afasta devagar, como quem descobre que o chão que pisava não era firme, mas cascalho. Observa à distância os movimentos do marido, as risadas com a colega, o brilho exagerado nos olhos de quem se sente desejado por alguém que não é sua esposa. Observa. E cala.

  Não porque concorde com o que vê, mas porque entendeu que naquele espaço emocional não existe lugar seguro para sua verdade.

  Silêncio também é sobrevivência.


A morte branca dos sentimentos

  Aos poucos, essa mulher começa a mudar de dentro para fora. Primeiro vem a dúvida sobre si mesma: será que sou suficiente? Depois vem o distanciamento: talvez não valha mais dizer o que sinto. E, por fim, a desistência: não falarei de novo; para quê?

  O que morre nela não é o amor — é a esperança de que possa ser amada com honestidade. Ela não faz grandes gestos. Não arruma malas, não ameaça sair de casa, não anuncia rompimento dramático. Ela apenas se reorganiza internamente.

  Volta a cuidar do próprio corpo.
  Recupera a vaidade adormecida.
  Ressuscita o próprio brilho.

  E, como toda mulher que desperta, percebe: o que ela chamava de “para sempre” era apenas medo de recomeçar.


O amor e suas condições disfarçadas

  O amor verdadeiro exige três condições simples e impossíveis: sinceridade, liberdade e responsabilidade afetiva. Todo o resto é ilusão cinematográfica. Relações baseadas em aparência, papéis sociais, cerimônias ou fotografias editadas sobrevivem como móveis antigos: bonitos de longe, frágeis de perto.

  A grande ironia é que o amor não suporta máscaras, mas as pessoas insistem em usá-las na fase da conquista. Criam versões encantadoras de si mesmas — personagens polidos, gentis, sensíveis — que desaparecem assim que o cotidiano chega com boletos, cansaço e diferenças de opinião.

  Dostoiévski dizia que o ser humano é capaz de tudo para preservar sua própria imagem. Talvez seja essa a tragédia: perdemos o amor tentando salvar o ego.


Por que o amor não acontece

  O amor não nasce da disputa, não sobrevive ao deboche, não floresce onde alguém precisa provar que está certo. Ele é tímido demais para essas competições. Precisa de luz e transparência. Precisa de duas pessoas dispostas a se ver nuas não no corpo, mas no caráter.

  Se isso falta, falta tudo.

  E, enquanto não aprendermos essa delicadeza, continuaremos fabricando relações que só funcionam na foto: sorridentes, editadas, milagrosas… mas ocas por dentro.


Conclusão

  Quanto a mim, sigo acreditando que ninguém deve amar outro antes de aprender a amar a si mesmo. Portanto, eu casaria comigo quantas vezes fosse necessário — não por vaidade, mas porque não me troco, não me diminuo e não me desvio da minha própria verdade.

  E como toda grande reflexão precisa de um intervalo entre um caos e o cosmo, proponho um café. para discernirmos tudo isso com calma — antes que mais uma convicção cheia de incerteza vire tragédia doméstica ou tese existencial. Quem sabe assim a razão — essa senhora tão elegante — continue sentada à mesa conosco.

Com gratidão, 

Dan Dronacharya 

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Os silêncios caminham como quem grita. E eu me fiz desses ruídos invisíveis que estão no caminho.” Os caminhos se cruzam com enigmas que, cedo ou tarde, conduzem a alma ao ponto exato onde a lucidez tropeça nos mistérios. Quanto mais seguimos, mais perceberemos que tudo o que existe ao nosso redor respira, existe ou vive — o tempo cronológico deixará de existir. Caminharemos sem pressa – certo é que encontraremos os corpos que andam, comem e se relacionam
Entre o antes e o depois, existe um agora que salva.

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